O Terreno apresenta grandes dificuldades, tanto pelo declive acentuado, mas também pela sua configuração, o que impede pensar numa casa implantada naturalmente. Para que isso suceda, seriam precisos um conjunto de rampas e muros de suporte que tornariam a casa num objecto pesado, o que foi afastado imediatamente. Esta resolução fez-nos partir para uma proposta muito mais interessante, numa tentativa de ligar 2 cotas que distam 10 metros. A moradia ficará assente sobre estacas, desmultiplicando-se em 3 volumes que definem o programa da casa, e que se encontram ligados por um acesso comum. Um primeiro volume de chegada do automóvel, um segundo com as áreas sociais, e finalmente um terceiro com as áreas privadas. Estes corpos encontram-se assim destacados do terreno, mas acedendo ao espaço ajardinado entre as coberturas dos volumes e o próprio território, criando um ambiente parecido a uma “casa na árvore”.
A casa é um conjunto dinâmico, quer no movimento que apresenta, quer na forma como se vive o espaço. A pelo do edifício é flexível, apresentando um ripado de madeira que abre e fecha, que se torna transparente ou opaco, iluminado e escuro, procurando a vista para o mar, num esforço para se manter bem implantado e leve, ainda que não seja uma casa discreta.
2010
2010
Bruno Martins
Susana Jesus
Miguel Malaguerra
Hugo Aires