A casa desenvolve-se ao longo do terreno, tirando partido da sua topografia em declive suave, procurando se estender em níveis que acentuam esta diferença de cotas. Esta implantação permite criar vários patamares vegetais que se encontram com a moradia, e estreitam a sua relação com as áreas ajardinadas. Ao longe, a vista sobre o mar que serve de cenário à casa, voltada para a luz que vem de sul. A moradia desenvolve-se em 2 pisos. Na cota inferior, a zona privada da casa, assente em muros de pedra emparelhada que se confundem com a intervenção, e sobre a qual repousa o volume superior que alberga o programa social. Estes planos encontram-se quase desligados, permitindo uma leitura distinta na forma como a casa se desenvolve, e acentua o carácter de leveza que a moradia transmite a quem passa perto. A casa encontra-se voltada sobre si, abrindo-se para a vista à qual se expõe. Por isto, as soluções de sombreamento são importantes para o conforto da casa, e ajudam a acentuar uma certa elegância na forma como o volume superior se implanta e toca nos muros inferiores. Temos um objecto totalmente adaptado ao lugar, tanto na forma como acompanha os arruamentos exteriores, dando continuidade à fachada exterior da rua, como na forma como tira partido do declive, e de uma estreita relação entre objecto, espaço ajardinado e vista.

2010

2010

Bruno Martins
Susana Jesus
Miguel Malaguerra
Hugo Aires

/